As trufas portuguesas
As túberas, as nossas “trufas brancas”, surgem na primavera e desenvolvem-se em quase toda a faixa interior do território continental português. É preciso levantar a terra para apanhar esta espécie, tradicionalmente usada na alimentação e cujo aspeto se assemelha ao das batatas.
Estes fungos subterrâneos têm uma estrutura interior compacta, geralmente de aspeto marmoreado – a gleba – e são revestidos por uma camada protetora externa – o perídio. O conjunto inclui espécies pertencentes a três géneros diferentes, algumas delas de difícil determinação caso não se recorra à observação das suas características microscópicas. Sem este recurso e dada as semelhanças, são colhidas e consumidas indistintamente pelas populações. Em todos os casos, dão-se preferencialmente em solos argilosos, normalmente junto a sobreiros, azinheiras e oliveiras.
Nas zonas interiores da Beira Baixa, no Ribatejo e no Alto Alentejo, a espécie Terfezia arenaria, também conhecida como Criadilha, Batata-da-terra ou Maravilha, é uma das mais representadas, aparecendo exclusivamente na primavera, em áreas onde existe a chamada erva-da-túbera (Xolantha guttata). Por norma, exibe formas arredondadas e pode ter configurações mais ou menos faceadas quando o crescimento se dá agregado ou em terrenos pesados ou mais compactos.