Até finais do séc. XVIII a floresta portuguesa foi-se, continuamente, reduzindo e conhecer ou proteger as árvores monumentais no seu ambiente natural não era uma prioridade. Mas esta realidade estava a mudar: a partir da segunda metade do séc. XIX a riqueza do património arbóreo e florestal, tanto nativo como exótico, começava a despertar interesse crescente.
Pela sua situação geográfica, no extremo sudoeste da Europa, e pela influência de diferentes tipos de clima ao longo do seu território, Portugal tem uma posição privilegiada no que diz respeito ao património arbóreo. Desde a última glaciação, beneficiou de condições para o desenvolvimento de novas espécies e, apesar deste coberto vegetal ter sido alterado ao longo dos tempos, parte pode conhecer-se através de velhas árvores, algumas milenares, e de conjuntos arbóreos de grande valor natural, cultural e científico, que são hoje raros – considerados relíquias do passado.
A estes testemunhos juntaram-se, após a descoberta de novos continentes e rotas marítimas, espécies trazidas de terras longínquas que foram introduzidas pela sua beleza e interesse ornamental ou pelo seu valor produtivo e económico.
Esta variada e antiga flora contribui para a notável riqueza arbórea de Portugal, com algumas centenas de espécies provenientes das mais diversas origens geográficas e com exemplares de porte excecional e grande longevidade, que constituem verdadeiros monumentos vivos.
Com o desenvolvimento das ciências da natureza e o início da construção de jardins públicos, a partir da segunda metade do século XIX, começaram a desenvolver-se vários estudos e levantamentos das árvores gigantes de Portugal. Entre eles, merecem referência: