Parte do carbono sequestrado pelas árvores mantém-se retido nos produtos de origem florestal, como a madeira e o papel. Esta retenção pode ser prolongada através da sua reutilização e reciclagem, assim como de novas aplicações da madeira e de outros produtos florestais que reforçam a extensão do armazenamento de carbono e permitem reduzir as emissões para a atmosfera.
Os produtos lenhosos destacam-se, assim, como alternativas às matérias-primas cuja produção implica a queima intensiva de combustíveis fósseis e a elevada emissão de GEE.
A promoção destas alternativas mais sustentáveis deve ser tida em conta nos diversos setores e aplicações. No setor da construção, por exemplo, a aplicação de madeira produzida de forma sustentável em produtos com um ciclo de vida mais longo permite reduzir as emissões de GEE e promover o sequestro de CO2. O mesmo é válido nos setores dos têxteis celulósicos e bioplásticos para embalagens, onde a utilização da biomassa residual florestal surge como alternativa aos derivados fósseis.
De salientar ainda que a capacidade de retenção do carbono ajuda ainda a reduzir a pegada gerada no processo de fabrico dos produtos florestais. Este aspeto foi demonstrado, em relação ao papel, pelo centro técnico finlandês VTT, no estudo “Carbon footprint and environmental impacts of print products from cradle to grave”, que avalia em cerca de 1% a pegada de carbono de diversos produtos impressos e o respetivo impacte climático no total do consumo doméstico.
Mitigar as alterações climáticas no planeta não se resume a plantar e conservar árvores ou a reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Em contexto de emergência climática, é fundamental desenvolver uma bioeconomia circular, na qual os recursos renováveis da floresta e a valorização de resíduos assumam um papel fundamental.