Uma das respostas do planeta aos efeitos das alterações climáticas, em termos de adaptação, mitigação e resiliência, deve focar-se nas florestas. Estes ecossistemas têm uma importante capacidade de sumidouro de carbono, ou seja, retiram dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e armazenam-no nas raízes, caules e folhas.
As florestas armazenam à escala global aproximadamente 662 mil milhões de toneladas (gigatoneladas ou Gt) de carbono, o equivalente a cerca de 163 toneladas de carbono por cada hectare de floresta no mundo, valores estimados e revelados pelo Global Forest Resources Assessment – FRA2020. Este total compreende: 300 Gt de carbono na matéria orgânica do solo, 295 Gt na biomassa viva (acima do solo e nas raízes) e 68 Gt na biomassa morta (ramos e folhas caídas sobre o solo).
Embora os números sejam impressionantes, nos últimos 30 anos, o stock de carbono na biomassa total da florestal diminuiu cerca de 6,3 Gt (de 668 Gt para 662 Gt), o equivalente a uma média de 210,4 milhões de toneladas por ano (megatoneladas ou Mt). Esta redução deve-se principalmente à degradação e perda de florestas para a agricultura e estabelecimento de povoações. As maiores perdas verificam-se em África, sul da Ásia e América do Sul. A Europa, assim como as regiões do Este Asiático e América do Norte, viram o stock de carbono na biomassa florestal aumentar, como resultado do aumento de área florestal.
Globalmente, entre 2010 e 2019 as emissões de C02 para a atmosfera continuaram a crescer. 2019 foi o terceiro ano consecutivo em que as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) aumentaram, atingindo 59,1 gigatoneladas de CO2eq, de acordo com o Emission Gap Report 2020 das Nações Unidas e considerando as alterações de uso de solo (uso do solo, alteração do uso do solo e florestas, na signa inglesa LULUCF – Land Use, Land Use Change and Forestry).