O restauro fluvial tem por objetivo promover o regresso dos ecossistemas ribeirinhos ao seu estado original ou a uma condição próxima, através de alterações estruturais que permitam reduzir as pressões a que estão expostos e recuperar as suas funções naturais, beneficiando os ecossistemas e as populações que deles dependem, incluindo as populações humanas.
Muitas das pressões que têm levado à contínua degradação destes ecossistemas devem-se às atividades humanas, desde o desenvolvimento urbano às alterações climáticas e à procura crescente pelos serviços proporcionados pelos rios, como a procura por água potável para consumo humano, para rega ou produção de energia hidroelétrica.
Estas pressões podem fazer-se sentir a diferentes escalas: a mais ampla acontece ao nível da bacia hidrográfica, através de alterações climáticas, alterações no uso do solo e regulação de caudais por barragens, por exemplo, e a mais específica ao nível dos troços de rios e ribeiras, com a degradação da vegetação que envolve os cursos de água (galerias ribeirinhas ou ripícolas) e a alteração dos padrões de escoamento (regime natural de caudal).
A esta degradação está associada a perda de importantes funções naturais dos cursos de água, como o controlo de cheias, a regulação da erosão, o transporte de sedimentos e nutrientes, a purificação da qualidade da água e a manutenção dos habitats de água doce e da sua biodiversidade.