Os vários povos que passaram pela Península Ibérica e, mais tarde, os Descobrimentos, trouxeram-nos árvores e plantas exóticas oriundas dos quatro cantos do mundo. Muitas delas adaptaram-se tão bem ao clima e solo portugueses, chegaram há tanto tempo ou tornaram-se tão comuns que ganharam nacionalidade e nem nos lembramos que, em tempos, foram estrangeiras. É o caso da oliveira, mais precisamente da Olea europaea subsp. europaea var. europaea.
Embora a azeitona e o azeite façam, há muito, parte da nossa cultura gastronómica, os investigadores pensam que a oliveira seja nativa da região do Levante e que tenha começado por ser “domesticada” durante o Neolítico (há cerca de seis mil anos), no noroeste desta região – que abrange, entre outros países, o Chipre, a Síria, o Iraque e Irão. Na sua variedade selvagem, o zambujeiro (Olea europaea subsp. europaea var. sylvestris) existiria também pelo mediterrâneo, inclusive no nosso território, e seria semelhante aos antepassados destas oliveiras “domesticadas”.