As cores naturais, provenientes de materiais orgânicos (plantas e insetos) ou minerais, voltam a despertar interesse como pigmentos para tingir tecidos, cosméticos e até alimentos, por serem naturais e menos poluentes. Na maioria dos casos, estas cores obtêm-se a partir de plantas – chamadas tintureiras –, que foram plantadas e valorizadas ao longo da história como fonte de cores para inúmeras aplicações, desde a pintura ao têxteis.
Os registos mais antigos da utilização destes pigmentos são arqueológicos e indicam que as tintas provenientes das plantas foram provavelmente descobertas ainda no período Neolítico (entre 12 mil e 4200 anos atrás) quando os seres humanos começaram a armazenar sementes e frutos.
No Antigo Egipto, eram já usadas plantas corantes na XII dinastia (2000–1800 a.C.): o açafrão-bastardo (Carthamus tinctorius), para obter pigmentos amarelos e vermelhos, e o pastel-dos-tintureiros, (Isastis tinctoria), para extrair os azuis, são dois exemplos. Na Roma Antiga, a ruiva-dos-tintureiros (Rubia tinctorum) permitia extrair vermelho e do lírio-dos-tintureiros (Reseda luteola) isolava-se o amarelo. Com a descoberta das plantas usadas em África, na Ásia e nas Américas, desde o século XV que os europeus adicionaram às plantas tintureiras que já usavam outras trazidas dos “novos mundos”, como a Indigofera tinctoria – conhecida como índigo, pelo corante dessa cor que se extrai das suas folhas.