No nosso país há mais de 3000 espécies de cogumelos registadas, de aspeto e características diversificadas. São, sobretudo, cogumelos silvestres que brotam em habitats favoráveis em nutrientes e humidade – e, por isso, podem ser facilmente encontrados nas florestas portuguesas. Embora alguns cogumelos surjam espontaneamente na primavera, o outono é a estação, por excelência, destes fungos. À medida que as primeiras chuvas pós-verão acontecem e as folhas das árvores caem, os solos tornam-se mais apropriados para o seu desenvolvimento. Enquanto uns são facilmente reconhecíveis, outros são cogumelos arrepiantes e até assustadores, propícios ao Halloween (também celebrado no outono).
Os cogumelos desempenham funções importantes nos ecossistemas florestais: desde fontes de alimento para animais até à micorrização (relações simbióticas entre os fungos e as raízes das plantas) e decomposição de nutrientes, aproveitados ulteriormente por outros organismos. Quando comestíveis, os cogumelos silvestres são também produtos florestais não-lenhosos que podem constituir um rendimento adicional para os proprietários florestais.
As florestas não são, no entanto, apenas habitadas pelos cogumelos mais conhecidos do imaginário popular, com chapéu (topo do fungo) redondo ou achatado – como é o caso dos saborosos boletos (Boletus edulis) ou do perigoso Amanita mata-moscas (Amanita muscaria), este último com chapéu vermelho e pintas brancas.
Entre as folhas apodrecidas no chão, sob as árvores, surgem também cogumelos dificilmente identificáveis, de formas bizarras e até com cheiros repelentes. Na natureza, são várias as espécies destes cogumelos arrepiantes, que parecem saídos de um cenário de filme de terror – e que podem ser encontradas também em Portugal.