Ramsés II reinava no Antigo Egito quando, nas proximidades de Abrantes, despontava a “Oliveira do Mouchão”. A “Oliveira Velha”, como também já foi chamada, assistiu à passagem de fenícios, celtiberos e romanos, entre outros povos, pelo território que hoje é a vila de Mouriscas. É considerada a árvore mais antiga em Portugal, de acordo com um método científico desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
O tronco da velha “Oliveira do Mouchão” eleva-se a mais de três metros. Para o abraçar são precisas cinco pessoas, pois o seu perímetro à altura do peito mede cerca de 6,5 metros. Apesar da idade grandiosa, esta oliveira continua a produzir azeitonas. A árvore é também um marco da cultura e tradições locais: os pescadores costumavam reunir-se junto da oliveira, que era uma espécie de linha de partida numa corrida até aos pesqueiros. O pescador que chegasse primeiro ao Tejo, tinha a oportunidade de escolher a Pesqueira do Mochão, a melhor zona para pescar.
A UTAD já classificou outras oliveiras milenares em território nacional, embora não sejam tão antigas como a “Oliveira do Mouchão”. Em Santa Iria da Azóia regista-se uma oliveira com 2850 anos e, em Monsaraz, há um exemplar com 2450 anos.