O sabugueiro é uma espécie que cresce naturalmente por toda a Europa e em algumas zonas de África e da Ásia, mas a flor e baga de sabugueiro são especialmente apreciadas no Norte e Centro da Europa e é para estas regiões que segue a grande maioria da produção portuguesa.
Embora quase todas as partes deste arbusto ou pequena árvore (de nome científico Sambucus nigra) tenham utilização, com aplicações nas indústrias alimentar e nutracêutica (suplementos alimentares), farmacêutica e cosmética, a baga e flor do sabugueiro nacional são pouco conhecidas e valorizadas no nosso país – tal como a própria espécie.
Em Portugal, o sabugueiro é mais frequente no Norte, especialmente na região Távora e Varosa (entre o Douro e o Dão), embora já existam várias plantações dispersas por todo o território. Bem-adaptada ao clima nacional, esta nativa consegue crescer sob variadas condições – é capaz de tolerar solos mais pobres, tempo seco e poluição atmosférica, podendo até ser encontrada em beiras de estrada – embora se desenvolva melhor quando tem exposição solar e em zonas com humidade.
Esta versatilidade faz do sabugueiro uma espécie robusta, pouco exigente, e uma cultura com potencial de valorização em Portugal, até porque a flor e baga de sabugueiro nacional servem já de base a produtos naturais e saudáveis no Norte e Centro da Europa, onde são transformados e valorizados.
Nestes países, tanto as flores como as bagas de sabugueiro (black elder, em inglês) fazem parte da dieta e são muitas vezes consumidas com objetivos de bem-estar e saúde. As bagas são usadas, por exemplo, para fazer sumos, compotas e sopas, enquanto as flores secas são utilizadas para fazer chás e bebidas, sendo ainda aplicadas como aromatizantes de vários produtos alimentares.
O que falta então para que Portugal possa aproveitar internamente este potencial?