Nas duas últimas décadas, a área ardida média anual em Portugal mais do que duplicou face ao decénio 1980-1989. Só entre 2009 e 2018, os grandes incêndios (com áreas superiores a 100 hectares) foram responsáveis por 68% da área ardida, embora representem apenas 0,66% das ocorrências registadas, como realça o relatório O Mediterrâneo Arde (2019), da WWF.
Surgiu uma nova geração de incêndios, muito rápidos, muito intensos, impossíveis de extinguir e que causam danos catastróficos. São denominados incêndios de sexta geração e libertam tanta energia que têm a capacidade de alterar as características meteorológicas ao seu redor.
O primeiro registo de um megaincêndio (com dimensão superior a 10 mil hectares) data da década de 80, tendo os restantes ocorrido depois de 2000. Dos 26 megaincêndios registados desde 2000, 11 ocorreram em 2017, segundo o primeiro relatório da Comissão Técnica Independente. Em junho de 2017, em Pedrógão Grande, ocorreu o primeiro incêndio na Europa qualificável como sendo de sexta geração. Em outubro, ocorreu o segundo.