As atividades humanas têm vindo a alterar a paisagem do planeta desde a pré-história. As alterações de uso do solo, iniciadas com a domesticação de plantas e animais e intensificadas, mais recentemente, pelas indústrias, transportes e energia, têm vindo a afetar as áreas naturais e os respetivos recursos.
Estas áreas naturais e também as chamadas seminaturais são descritas pela OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos – como zonas importantes para a manutenção da biodiversidade e para fornecimento de serviços do ecossistema, e nelas incluem-se todas as áreas com vegetação natural ou seminatural e uma baixa intervenção humana.
Assim, na categoria das áreas naturais (e seminaturais) são consideradas as zonas florestais (incluindo florestas de mangue/mangais e zonas com alternância de espécies – mosaicos – de árvores e arbustos), pastagens, zonas húmidas com vegetação, matos e áreas com vegetação esparsa (líquenes, musgos ou outra). Com tanta variedade de ecossistemas, a importância destas áreas é inquestionável.
Sendo zonas com pouca intervenção humana, as áreas naturais têm ecossistemas intactos, que funcionam como tampão em relação aos impactes das atividades humanas. Por exemplo, armazenam mais carbono e apoiam a regulação dos padrões climáticos locais, sendo mais eficazes a mitigar os riscos das alterações climáticas. Da mesma forma, são áreas de maior resiliência, essenciais à manutenção da biodiversidade e à regulação dos ciclos biogeoquímicos da água, oxigénio, azoto e de inúmeros outros bens e serviços de que dependemos para viver.