O papiro, uma planta aquática que cresce naturalmente em solos húmidos e inundados, desde o Egipto a Madagáscar e ao Zimbabué, foi uma das primeiras matérias-primas usadas naquele que foi, por muitos séculos, o antecessor do papel.
Foi com a Cyperus papyrus que se fizeram os primeiros papiros conhecidos. O processo consistia em cortar finas tiras do interior dos caules ainda verdes das plantas, alinhá-las lado a lado, sobrepor uma segunda camada perpendicularmente, pressionar e deixar secar para obter uma “folha”. A inovação aconteceu no Egito, por volta de 3000 a.C.
Já antes, na Ásia, as folhas de palmeira tinham servido de suporte para registar a escrita. O mesmo aconteceu com outras plantas, como o bambu (subfamília Bambusoideae) ou o linho (Linun usitatissimum), e também com a entrecasca removida de troncos de árvores, entrançados ou pressionados até formar superfícies mais lisas e finas, que serviram a escrita e outras artes, como os têxteis e a pintura, um pouco por todo o mundo.
Com o passar do tempo, os fabricantes aprimoraram a arte do papel: mergulharam as fibras das plantas em água, em cubas de madeira ou fossas revestidas de pedra, onde ficavam a amolecer alguns meses. Eram depois “batidas” pela força humana, com a ajuda de pilões de madeira ou pedra. A massa irregular e molhada resultante das etapas anteriores era disposta sobre um molde – uma moldura ligada por uma tela rudimentar –, e este tosco tabuleiro, que permitia escoar a água e reter a polpa, era colocado ao sol até o papel estar bem seco e pronto para remover.