O papel faz parte da sociedade há séculos, mas foi no início do século XVIII que começaram a desenvolver-se os primeiros processos de produção mecanizados e a indústria de pasta e papel como hoje a conhecemos – baseada na transformação química da celulose presente na madeira – desenvolveu-se a partir de meados do século seguinte, numa altura em que aumentava a procura de papel em grande parte do mundo.
Em 1936, cada português consumia, em média, 5 quilogramas de papel por ano, um valor modesto face aos 64,5 quilos que se consumiam nos EUA e muito distante dos cerca de 95 quilogramas de consumo per capita de papel e cartão verificados em Portugal 2021. Apesar da reduzida procura nacional nas primeiras décadas do século XX, a indústria de pasta e papel em Portugal era incipiente e sua a produção era manifestamente insuficiente para as necessidades do mercado interno.
Embora as inovações tecnológicas tivessem permitido passar dos tradicionais moinhos manuais às fábricas de pasta e às unidades de produção integrada de pasta e papel – uma realidade aproveitada pelos países escandinavos, Estados Unidos e Canadá desde meados do século XIX –, Portugal pouco tinha feito neste caminho da industrialização e foi só em meados do século XX que o atraso começou a ser recuperado.