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Frutos

Castanhas durante todo o ano e cada vez mais gourmet

Já não é só no outono que se comem castanhas e as opções tradicionais de castanha assada ou cozida convivem hoje com novas formas de consumo. Além de valorizarem este alimento, as inovações permitem saboreá-lo ao longo do ano, em variadas receitas e produtos, muitos deles gourmet.

Estrela Michelin leva castanhas à mesa – O primeiro restaurante de Bragança a receber uma estrela Michelin (gala 2019 do Guia Michelin), o G Pousada, na Pousada de Bragança, tem como prato de assinatura do Chef Óscar Geadas o “Rocher de alheira”, no qual conjuga a dita alheira com castanhas e amêndoas.

Ouriço de Castanha de Bragança – Este bombom à base de castanha, da autoria do Chef Eurico de Castro, junta à tradição várias pitadas de inovação e inspiração gourmet. Trufa de castanha, bolo-rei, Marron Glacé e uma pasta de castanha que serve de base a variados doces e sobremesas são outras criações de autor que integram a gama Sweet Gourmet.

Chouriça de castanha com mel – É uma inovação da BôFumeiro, também sediada em Bragança e dedicada ao fumeiro puramente transmontano, que aposta nos produtos ex-líbris da região, mas que os junta numa inédita receita capaz de agradar a novos apreciadores, incluindo os vegetarianos.

Marron Glacé Light – A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro desenvolveu com a Douromel um método para a produção de castanhas confitadas sem sacarose. A ideia é produzir e exportar o tradicional Marron Glacé numa versão light e mais saudável.

Frias e Boas – A cadeia de geladarias portuguesa Santini, criou em 2017, o gelado de castanhas, em colaboração com a empresa de frutas Frusantos.

De volta à mesa dos portugueses…

 

A palavra castanheiro é conhecida há mais mil anos (surge num documento de 960 d.C.) e em Portugal, segundo o livro “Na Rota da Castanha em Trás-os-Montes” (editado no âmbito do Programa Agros), já existiam castanheiros há 8000 anos, ainda antes da chegada dos Romanos, que lhe chamaram uma “espécie de bolota”.

Na verdade, a castanha e a bolota, juntamente com o trigo, a cevada e o centeio, foram alimentos essenciais na alimentação dos vários povos peninsulares, e depois também dos portugueses.

Era assim até ao século XVII, altura em que a batata vinda das Américas tomou o lugar relevante que a castanha tinha na mesa dos portugueses. Nas regiões beirãs, onde a castanha abunda, chegava-se a comer mais do que o pão.

Com as novas tendências de consumo, a castanha tem mais hipóteses de voltar a ter uma presença constante na mesa dos portugueses, ao longo de todo o ano.

… e entre os produtos portugueses pelo mundo

 

Portugal é o quarto maior produtor europeu de castanha – e o sétimo maior a nível mundial – de acordo com as estatísticas de 2017 da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). É um país exportador, mas a maioria das exportações é de castanha a granel.

No entanto, o valor das exportações pode tornar-se bastante mais relevante se a castanha portuguesa começar a ser exportada em produtos gourmet, light e até vegetarianos que, como a castanha glacé, possam custar 20 vezes mais do que um quilograma de castanha a granel.