Com uma longa ligação histórica à gastronomia portuguesa, o pinhão – do pinheiro-manso (Pinus pinea) – foi um dos alimentos que seguiu na bagagem das caravelas portuguesas, nas demoradas viagens dos Descobrimentos. A escolha deste pequeno alimento para os marinheiros justificava-se porque o pinhão era muito fácil de conservar e pelo seu alto valor energético.
Pela mesma época, o pinhão era também uma opção à mesa da realeza, como comprova o facto de estar patente no “Livro de Cozinha da Infanta D. Maria de Portugal”, no século XVI. A referência consta do “Livro de Receitas com Pinhão”, uma iniciativa da UNAC – União da Floresta Mediterrânica, que destaca ainda a ligação do pinhão à dieta mediterrânica e recorda a sua importância gastronómica em tempos ainda mais remotos: no século I, quando o cozinheiro romano Marco Gávio Apício mencionou em “De re coquinaria” uma série de receitas com pinhões, integrando-os num enchido, num molho para acompanhar um prato de caça e em salsichas de sangue.