O sector florestal alerta, há vários anos, para a falta de madeira em Portugal. Esta carência, consecutivamente sublinhada pelas indústrias que transformam a madeira – desde o mobiliário ao papel – significa que a madeira que cresce nas florestas portuguesas é insuficiente para a dar resposta à procura. A falta de madeira em Portugal implica importar esta matéria-prima, facto que se faz sentir ano-após-ano.
Em 2021, por exemplo, importaram-se mais de 2,3 milhões de toneladas de madeira em bruto, que representaram o pagamento ao exterior de 212,9 milhões de euros (dados INE – Contas Económicas da Silvicultura). Este valor é ainda mais expressivo se considerarmos as importações de madeira serrada (95,7 milhares de euros) ou folheada (323 milhares de euros) e de lenhas, em 2021.
Os montantes pagos anualmente aos produtores florestais e intermediários estrangeiros representam perdas potenciais de receitas (públicas e privadas) e de postos de trabalho em Portugal. Estas perdas são mais relevantes em zonas periurbanas e rurais, onde o papel dinamizador das atividades florestais tem maior peso social e económico. Não esquecer que o sector florestal conta com mais de 17 mil empresas e gera perto de 100 mil empregos, concentrados sobretudo em sub-regiões do Norte e Centro.