Passaram mais de 250 anos desde os programas iniciais de ensino de silvicultura aos atuais cursos superiores de ciência e engenharia florestal. Os primeiros passos no ensino desta “arte” foram dados por necessidade, para responder à intensa destruição das florestas e à consequente falta de madeira que se intensificava na Europa. A população urbana começava a aumentar e a madeira tornava-se escassa, tanto para a construção, como para o aquecimento e a confeção de alimentos, dependentes deste recurso natural.
Estas necessidades eram críticas em muitos locais, incluindo no território que é hoje a Alemanha e foi ali que se criaram as primeiras “escolas de mestres” silvicultores, fundadas em 1763. Já antes tinham sido feitas várias tentativas de regeneração de zonas de floresta e estabelecidos planos de reflorestação em algumas regiões, inclusive com espécies vindas de outros locais do mundo, cujo crescimento mais rápido apoiava a urgência em obter madeira.
Nestas primeiras “escolas de mestres”, um pequeno conjunto de aprendizes seguia um mestre, reconhecido como especialista florestal, aprendendo com ele as responsabilidades e técnicas da silvicultura. Viviam em comunidade e esta proximidade facilitava aos jovens aprenderem com as atividades do mestre, que apoiava e avaliava os seus pupilos, para saber se tinham (ou não) as capacidades necessárias para se profissionalizarem.
À medida que se ampliavam os conhecimentos da silvicultura, surgiu a necessidade de formalizar a educação florestal e as primeiras escolas de silvicultura, ligadas a estabelecimentos públicos de formação ou ensino, surgiram em 1790, também na Alemanha, em Munique. Seguiram-se várias outras: em 1803, em São Petersburgo (Rússia), em 1813, em Mariabrunn (Áustria), e em 1825, em Nancy (França).
Alemanha e França acabaram por se tornar os principais centros da silvicultura da Europa e a referência a nível internacional. No entanto, a visão que vigorava estava longe da atual: mantinha-se puramente extrativista, focada nos procedimentos orientados à produção de madeira e não abarcava a complexidade dos ecossistemas florestais, nem a amplitude de conhecimentos e temáticas que estão atualmente integrados na engenharia florestal.