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Frutos

Frutos de outono: colheitas e sabores com tradição

O outono é uma das principais estações do ano para a colheita de frutos nas nossas áreas florestais, agroflorestais e até nas árvores das cidades. As castanhas e as nozes estão entre os mais reconhecidos, mas há muitos outros frutos de outono para colher e saborear.

Depois da polinização na primavera e do amadurecimento promovido pelas temperaturas de verão, o final de setembro e o mês de outubro são, por excelência, os períodos em que muitos dos frutos de outono estão prontos a colher, tanto em áreas silvestres como em zonas plantadas.

Alguns frutos amadurecem cedo, como os do sabugueiro; outros chegam mais tarde, como as castanhas; e há ainda aqueles que só amadurecem no final da estação, como os pinhões. O clima e o solo de cada região e até as variedades cultivadas (cultivares) podem trazer ajustes ao calendário de colheita, tal como as condições meteorológicas anuais.

Conheça as épocas e as tradições, mas tenha em atenção que as sementes guardadas nestes frutos de outono são as responsáveis pela germinação de novos rebentos nos nossos bosques e florestas. Da mesma forma, frutos e sementes constituem importantes alimentos para muitas espécies de fauna – das aves aos mamíferos. Assim, a sua manutenção nos arbustos, árvores e solos é essencial à renovação vegetal e à biodiversidade.

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8 frutos de outono para descobrir e saborear

Eis oito exemplos de frutos de outono, mais precoces ou tardios, característicos dos saberes e sabores das várias regiões portuguesas, incluindo oleaginosos de casca rija, bagas e drupas frescas (que se distinguem das bagas por terem apenas uma semente).

  1. Castanhas: símbolo do São Martinho e de magustos. Foram, outrora, a base alimentar dos portugueses, antes da batata chegar à Europa. A apanha começa em outubro.
  2. Bolotas: consumidas desde a Pré-História, as sementes de carvalho voltam a despertar interesse como alimento humano. Estão prontas a apanhar entre setembro e novembro.
  3. Noz: de sabor nobre e ricas em nutrientes, são valorizadas há vários milénios, razão que faz da nogueira uma das mais antigas árvores plantadas. O fruto apanha-se no início do outono.
  4. Pinhão: a valiosa semente do pinheiro-manso requer uma extração trabalhosa e regulamentada, com a colheita das pinhas a começar no início de dezembro.
  5. Medronho: conhecido pela aguardente que dele se produz, pode ser consumido fresco sem risco de embriaguez. Colhe-se até finais de outubro.
  6. Drupas de sabugueiro: ricas em compostos fenólicos, são seguras e benéficas para consumo humano. A colheita pode estender-se até outubro, embora comece no verão.
  7. Ginjinha-do-rei: os frutos do lodão-bastardo têm sido esquecidos, mas são doces, fáceis de encontrar e podem comer-se frescos. Amadurecem entre o final do verão e o início do outono.
  8. Abrunho-bravo: o parente silvestre da ameixa tem um sabor ácido e adstringente, mas valoriza-se em compotas e licores. Apanham-se de setembro em diante.

Descubra-os e conheça as várias tradições da apanha e consumo.

1. Castanha: sabor e cheiro a outono

As castanhas são um dos mais emblemáticos frutos de outono em Portugal e os ouriços que as guardam começam a soltar-se dos castanheiros (Castanea sativa) no início desta estação. A apanha costuma prolongar-se até novembro, pelo São Martinho (dia 11). Tradicionalmente, estas festividades assinalavam o fim das colheitas e celebravam-se com a prova das novas castanhas e do novo vinho. Ainda hoje, os magustos prolongam a tradição.

Tecnicamente, este fruto de Outono pode ter diversas variedades, de temporãs a muito tardias, consoante o período em que decorre a maturação, anunciada pela abertura de mais de metade dos ouriços que protegem as castanhas na árvore. Podem ser classificadas como: temporãs, se a maioria dos ouriços abrir antes de 12 de outubro; médias, quando abre entre 13 e 24 de outubro; tardias, se a abertura acontecer entre 25 de outubro e 5 de novembro; ou muito tardias, quando abre após 5 de novembro.

A abertura destes invólucros espinhosos antecipa a sua separação da árvore e indica que a apanha das castanhas está pronta a começar.

Antes da chegada da batata à Europa, vinda da América do sul, no século XVI (e da sua plantação em Portugal, iniciada no século XVIII), as castanhas tinham um papel mais estrutural (menos sazonal e prazenteiro) na alimentação. Na Idade Média, por exemplo, eram comidas frescas, cozidas, assadas, piladas, fumadas e em farinha, que servia para confecionar papas, bolos e pão: “o pão da árvore”.

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Nas ruas das cidades, o cheirinho a castanhas assadas não passa despercebido durante o outono. O calor do assador acelera certas reações químicas entre os aminoácidos e os açúcares presentes no fruto, o que leva à desidratação e à polimerização dos açúcares que dão às castanhas assadas o tom amarelo e o sabor tão característico. E o mesmo calor liberta os vários compostos voláteis que originam o cheiro inconfundível das castanhas assadas.

2. Bolotas: os frutos dos carvalhos

Semente e fruto das várias árvores e arbustos do género Quercus – os carvalhos –, as bolotas mais valorizadas na alimentação humana têm sido as das azinheiras (Quercus rotundifolia) que, por terem menos taninos, são mais doces.

Contudo, as bolotas dos vários carvalhos têm servido de alimento aos povos do território que é hoje Portugal há, pelo menos, sete milénios. É isto que indicam os vestígios encontrados no sítio arqueológico de Citânia de Briteiros (Guimarães): restos de bolotas torrificadas junto aos moinhos onde seriam maceradas.

Historicamente, nas zonas onde as azinheiras são mais comuns, as suas bolotas chegavam a comer-se diretamente da árvore, mas noutras regiões onde predominam espécies com teor mais elevado de taninos – como o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), a Norte, por exemplo – há registo de diferentes práticas para lhes retirar o amargor: colocar as bolotas em sacas de serapilheira e mergulhá-las nas águas correntes das ribeiras por diversos dias, ou em tanques de água com sal; cozê-las em várias águas até ficarem doces; descascar as bolotas e deixá-las a defumar nas chaminés em sacos de pano ou cestas azeitoneiras entre 15 dias e dois meses. Mais a sul, também se “deixavam avelar” as bolotas, colocando-as ao ar, num local sem humidade e à sombra, o que parecia ser suficiente para que secassem e se conservassem para consumir ao longo do ano.

Atualmente, a maioria do consumo humano decorre da sua transformação em farinha de bolota, embora a valorização destes frutos de outono requeira recuperar receitas antigas e novas formas de a consumir, por exemplo, em bebidas solúveis.

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Além de valorizadas na alimentação humana e de alguns animais (do porco ao javali), as bolotas dos carvalhos portugueses renovam a presença destas árvores e arbustos nos nossos bosques e florestas. As atividades de conservação e propagação podem ajudar a esta renovação: a carvalhiça (Quercus lusitanica) é um exemplo e conta, no outono de 2025, com uma nova campanha de recolha de bolotas para estudo e restauro, com participação dos cidadãos. Saiba como participar no projeto LusoQuercus.

Independentemente da espécie de Quercus, as bolotas amadurecem e caem entre setembro e novembro. Devem apanhar-se quando ganham uma tonalidade dourada a acastanhada, sinal de que estão maduras. As que ficam nos campos, servem de alimento ao gado e à fauna silvestre.

3. Noz: a nobre oleaginosa

A nogueira (Juglans regia) tem uma das mais longas histórias de cultivo de que há registos e o seu fruto foi a principal razão para a plantarem desde a Antiguidade em muitas regiões do mundo, incluindo a mediterrânica.

A nogueira começa a dar frutos por volta dos sete anos de idade, mas é entre os 30 e os 50 que a colheita atinge o seu auge: cerca de 18 quilogramas de nozes por árvore.

Os frutos começam a formar-se na primavera: a drupa carnuda, inicialmente verde, vai escurecendo à medida que seca, abrindo-se para deixar a noz à vista. Já no final do verão e início do outono, as nozes sobressaem deste invólucro, anunciando a proximidade da colheita, que decorre entre finais de setembro a finais de outubro.

Na colheita tradicional, aguarda-se que a noz se solte da árvore, o que acontece graças ao aumento do seu peso, mas esta queda pode ser ajudada pelo varejamento dos ramos. Já no chão, estes frutos de outono apanham-se manualmente e a recolha não deve demorar para prevenir o escurecimento da casca e a perda de qualidade do fruto.

Aconselham-se depois alguns dias de secagem para evitar que criem bolor, processo que pode ser feito ao ar, com as nozes espalhadas em estruturas de madeira, protegidas de possíveis chuvas e humidades, assim como da exposição a temperaturas muito elevadas.

A indústria tem procedimentos próprios para extrair o miolo, mas em casa este processo pode ser facilitado se mergulharmos as nozes num recipiente com água ferver e taparmos (com papel de alumínio, por exemplo), deixando ficar umas cinco horas. É uma forma de ajudar o miolo a separar-se mais facilmente da película amarga que existe no interior da casca e que tem por função prevenir a oxidação da noz.

Apreciadas pelo seu sabor e pela sensação de saciação que proporcionam, as nozes são fonte de importantes ácidos gordos insaturados, assim como de aminoácidos essenciais, fibras e vitaminas. O seu elevado valor energético recomenda, no entanto, que a dose diária não ultrapasse as seis nozes diárias.

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4. A pinha do pinheiro-manso, que nos dá o pinhão

Ainda mais valorizado do que a noz é o pinhão, semente comestível que se encontra “protegida” no interior do fruto do pinheiro-manso (Pinus pinea) – a pinha. Esta pérola da floresta portuguesa é um luxo gastronómico, com um valor astronómico que, ainda assim, nem sempre compensa o trabalho e tempo que a sua obtenção implica.

Por um lado, as primeiras pinhas para extração de pinhão só surgem aos 10 a 15 anos de vida do pinheiro-manso (aos 8 se as árvores forem enxertadas) e a maturação das pinhas requer três períodos vegetativos, ou seja, três anos de permanência na árvore. Além disso, o ritmo da colheita alterna entre anos de boa e fraca produção (anos de safra e contra-safra).

Por outro lado, é necessário colher a pinha, secá-la, extrair os pinhões, partir a casca dura (obtendo-se pinhão negro), depois remover a película escura que os envolve e, finalmente lavá-los, secá-los e escolhê-los.

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Em média, duas a quatro pinhas pesam cerca de um quilograma, mas os seus pinhões representam apenas entre 3,5% e 4,2% deste peso, o que significa só 35 a 52 gramas. Já a qualidade dos pinhões portugueses (e mediterrânicos) sobressai face aos que são obtidos noutras regiões, a partir de outras espécies de pinheiros.

Nos sistemas tradicionais, todas estas tarefas são manuais: utiliza-se uma escada própria, presa a um ramo grosso, para subir à altura das copas e quem sobe leva consigo uma vara com extremidade de ferro para puxar ou empurrar as pinhas. Depois de apanhadas, as pinhas são deixadas ao sol para abrirem, normalmente até junho, e a debulha estende-se até setembro.

Muitas destas atividades tornaram-se mais facilitadas com a aplicação de maquinaria: máquinas que fazem vibrar o pinheiro até caírem as pinhas maiores, estufas de secagem, equipamentos que fazem rachar a casca, entre outros. Ainda assim, o processo é complexo, demorado e se não for bem executado pode pôr em causa a qualidade e sabor do pinhão.

Recorde-se que a pinha tem uma época de apanha regulada por lei: começa no início de dezembro e termina já na primavera, no último dia de março. A regra estende-se mesmo às pinhas caídas no chão. O objetivo, diz a legislação, é salvaguardar a maturação da pinha no momento da colheita, como forma de garantir a qualidade do pinhão.

Adicionalmente, quem se dedica à colheita da pinha tem de estar registado e de fazer uma comunicação prévia à entidade oficial do sector, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Esta regra só tem exceção para a recolha destinada a consumo próprio, isto é, até ao limite de 10 quilogramas de pinha e dentro do prazo permitido.

5. Medronho: mais do que aguardente

Reconhecido como antioxidante e fonte de vitaminas E e C, o medronho é uma baga com cerca de dois centímetros de diâmetro. A sua polpa é macia e granulosa (com várias sementes no seu interior) e o seu sabor ligeiramente ácido. Podemos encontrá-lo em quase todo o país, embora o medronheiro silvestre seja mais comum a sul do Tejo e uma “imagem de marca” das serras e tradições algarvias.

A sua colheita decorre de setembro a dezembro, consoante as condições climáticas da região e as respetivas variações anuais, à medida que diferentes frutos vão passando de verdes, a amarelos e a vermelhos num mesmo arbusto. É que num único medronheiro (Arbutus unedo), estes frutos de outono amadurecem a diferentes ritmos e a sua recolha, que se faz manualmente, requer várias passagens pela mesma árvore.

Apesar destes ritmos, o fruto pode apanhar-se em diferentes fases de maturação e continua a amadurecer após a colheita, que pode fazer-se desde que a baga tenha uma cor amarela a amarela-alaranjada. Neste caso, é preciso deixá-la maturar num local arejado para que ganhe um tom laranja forte a encarnado. Quando é colhido já vermelho, o seu consumo fresco tem de ser rápido para não se deteriorar.

É de evitar colher os medronhos ainda verdes, pois ficam com uma textura encortiçada, perdem firmeza e têm um sabor amargo. Isto apesar da sua cor continuar a mudar, indicando que estão a amadurecer.

Ao contrário do que alguns pensam, os medronhos podem consumir-se frescos sem risco de embriaguez: o fruto não tem álcool e é necessário que fermente para que os açúcares se transformem em etanol. Além de frescos, é possível desidratar os medronhos e integrá-los em bolachas, snacks e muesli, transformá-los em polpas, que permitem fazer sumos, iogurtes, doces, geleias, gomas, ou até confitá-los para doces e patês. A produção de aguardente e outras bebidas espirituosas, por fermentação e destilação, é a utilização mais conhecida.

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6. As drupas a que chamamos bagas de sabugueiro

A colheita do fruto do sabugueiro começa no verão, em agosto, mas pode prolongar-se pelos meses seguintes e terminar já no decorrer de outubro, dependendo do clima e das cultivares em causa.

Apesar da tonalidade destas drupas se tornar púrpura ou arroxeada (quase preta) com a maturação, a data mais adequada para a colheita é aquela em que contêm maior teor de açúcares, o que pode ser estimado com um pequeno aparelho portátil – um refratómetro. Esta informação é relevante pois a um teor de açúcar mais elevado correspondem benefícios superiores para a saúde – mais compostos fenólicos e maior atividade antioxidante, relevou o trabalho efetuado pelo projeto Sambucus Valor.

O mesmo projeto deu resposta a uma dúvida que tem vindo a ser colocada por alguns consumidores: a baga de sabugueiro é tóxica? A conclusão é de que os níveis de compostos tóxicos presentes no fruto do sabugueiro (Sambucus nigra) são muito baixos e muito inferiores aos limites de segurança estabelecidos pelas autoridades de saúde. Podem, por isso, ser consumidos sem risco.

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A maioria da drupa de sabugueiro nacional é exportada para países do Centro e Norte da Europa, onde o seu consumo está mais enraizado do que em Portugal e existem várias indústrias que a transformam. É procurada em especial pela indústria alimentar e nutracêutica (suplementos alimentares), mas também pela farmacêutica e cosmética.

A tradição é consumir estes frutos de outono em doces, geleias, sumos, xaropes, licores, gomas ou rebuçados. Atualmente, estas drupas podem ainda ser desidratadas e usadas em pó e prensadas, ou processadas para a obtenção de mosto.

7. A ginjinha-do-rei, fruto do lodão-bastardo

Apesar de muitos se cruzarem com o lodão-bastardo em várias ruas e jardins urbanos, poucos sabem que árvore é esta e menos ainda provaram o seu fruto, que faz lembrar uma pequena ginja. Chamam-lhes, pela semelhança e pela tradição de as usar num licor, as ginjinhas-do-rei.

É pelo final do verão que estas mini ginjas, pouco maiores do que uma ervilha, passam de verdes a amarelas e depois arroxeadas, cada vez mais escuras, a anunciar que estão prontas a colher (e comer). Normalmente estão bem maduras no início do outono, ainda antes da queda da folha das árvores que as produzem. Classificadas recentemente na família Cannabaceae – a mesma da canábis –, as árvores da espécie lodão-bastardo (Celtis australis) têm folha caduca, crescem até aos cerca de 25 a 30 metros e têm uma copa arredondada e ampla, que projeta boa sombra. Esta é uma das razões que levou à sua ampla instalação em arruamentos e jardins.

Noutros tempos, estas drupas eram apanhadas e consumidas frescas. Também delas eram feitas compotas, assim como o tradicional licor – uma ginjinha de ginjinha-do-rei, cuja receita o blog “Outras comidas” dá a conhecer. O líquido da fervura e cozimento dos frutos (e das folhas) também era tradicionalmente usado para vários fins terapêuticos, incluindo o tratamento de cólicas, fortalecimento imunológico e dores reumáticas.

Apanhar as ginjinhas-do-rei caiu em desuso e atualmente elas acabam por cair de maduras. Desaproveitadas para consumo humano, continuam a ser um alimento apreciado por inúmeras aves citadinas. Mas a ginjinha-do-rei pode apanhar-se e consumir-se. Neste caso, basta lavá-las e comê-las. O seu sabor é doce e a polpa estruturada, embora a dimensão do fruto, descontando o caroço, seja bastante reduzida.

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8. Abrunho-bravo: o primo silvestre da ameixa

O abrunheiro-bravo (Prunus spinosa) é um arbusto espinhoso de folha caduca que, tal como acontece com a maioria das espécies do género Prunus (onde se incluem pessegueiros e ameixeiras, entre outros), produz frutos comestíveis. Trata-se, neste caso, de uma drupa globosa, com pouco mais de um centímetro e cor roxa.

Os frutos, amadurecem no final do Verão e ao longo do outono, podendo, por vezes, persistir na planta durante o inverno. Durante este processo tornam-se azuis-escuros, quase negros. A sua polpa é esverdeada e consistente, difícil de separar do caroço, e o seu sabor é ácido e adstringente. Ainda assim, este fruto de outono foi colhido e valorizado, em Portugal e não só. Por exemplo, no Norte de Espanha, na zona de Navarra, é usado para fazer o licor tradicional pacharán.

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Embora o sabor do abrunho-bravo não seja compatível com a maioria dos paladares, ele pode ser utilizado na produção de compotas, geleias, conservas, vinagre e bebidas alcoólicas destiladas, assim como valorizado como ingrediente em pastelaria. Estas são formas de aproveitar os benefícios deste fruto silvestre, reconhecido pelo seu teor de vitamina C e de ácidos fenólicos, que podem constituir uma fonte adicional de antioxidantes naturais.

Estes arbustos de folha caduca são bastante comuns em Portugal, com exceção dos extremos sul e sudoeste do território, crescendo espontaneamente em bosques, matos e margens de campos agrícolas. Normalmente, elevam-se a alturas de entre um e quatro metros (embora possam chegar aos seis) e formam sebes densas que funcionam como refúgio para a fauna. Os ramos estão cobertos de espinhos e têm pontas igualmente espinhosas, recomendando-se cuidado a quem colher o fruto.