A avelã representa apenas 1% da produção dos quatro principais frutos secos de tradição portuguesa, onde predominam a castanha e a amêndoa (a noz tem um lugar igualmente pouco expressivo: 4% da produção). Nem sempre foi assim. A área dedicada à cultura da aveleira para produção de avelã reduziu-se muito desde os anos 80 do seculo XX. Nessa década, os pomares geridos e ordenados expandiram-se e chegaram a ocupar 1870 hectares, em resultado do esforço de divulgação e dos apoios comunitários que então se tinham conjugado, mas, desde então, a queda foi acentuada.
O cenário foi traçado pelo CNCFS – Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, em “Aveleira: Estado da Comercialização”, que indica um decréscimo significativo nos anos 90 e nos primeiros do século XXI: em 1994, a área de aveleira tinha-se reduzido praticamente para metade: 940 hectares, com uma produção de avelã de 1,2 mil toneladas. Em 2008, estes pomares ocupavam apenas 362 hectares e a avelã que produziam estava reduzida a menos de 400 toneladas. Nos anos seguintes, a queda foi mais ligeira, mas prosseguiu: em 2020, em 324 hectares, a produção foi de apenas 213 toneladas, segundo as Estatísticas Agrícolas do INE.
Estes dados apresentam diferenças, em alguns anos, face aos números apresentados nas estatísticas da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAOSTAT – pesquisa de área e valor de produção para avelãs, com casca – hazelnuts, with shell):
- Área plantada – em 2019 e 2020, 320 hectares;
- Produção – em 2017, 307 toneladas; em 2019, 220 toneladas; em 2020, 210 toneladas.
As diferenças não alteram a realidade nacional: uma pequena área de pomares e uma produção reduzida, que é insuficiente para dar resposta ao consumo nacional. A balança comercial da avelã mantém-se, por isso, deficitária e a importação mais significativa é, neste caso, a de miolo de avelã.