Nestes destinos de clima ameno, com pouca chuva, sem geada e onde as temperaturas raramente baixam aos 10 graus centígrados, a alfarrobeira encontra boas condições para florescer e o trabalho de polinização é favorecido. Esta é, aliás, uma espécie bem-adaptada a ambientes secos e que desenvolveu mecanismos fisiológicos de adaptação à secura.
O clima do sul de Portugal é, por isso, acolhedor para a alfarrobeira, capaz de crescer em solos calcários, arenosos ou argilosos, inclusive com elevada salinidade. Por isso, as alfarrobas crescem nos terrenos calcários e pedregosos do Barrocal algarvio, em condições que são adversas para boa parte das espécies silvícolas e florestais.
Dadas estas características, é vista como uma espécie com futuro, ideia sublinhada por Pedro José Correia, professor e investigador da Universidade do Algarve, que se tem dedicado ao conhecimento da alfarrobeira:
– Por um lado, a capacidade de subsistir em solos pobres sob escassez de água, assim como a sua resistência ao fogo, permitem olhar para a alfarrobeira como uma espécie com elevada capacidade de adaptação a vários efeitos decorrentes das alterações climáticas.