Conhecido essencialmente pela aguardente que se produz com o seu fruto, o medronheiro (Arbutus unedo) é um arbusto mediterrânico que se pode encontrar por todo o país. Nos últimos anos, tem vindo a adquirir um papel de destaque no panorama (agro) florestal nacional, sendo uma das plantas privilegiadas em muitas zonas rurais onde se pretende compatibilizar o rendimento dos espaços agroflorestais com a conservação, a paisagem, o turismo e a sustentabilidade.
O medronheiro pertence à família das Ericáceas (Ericacea) que inclui espécies como as urzes (Erica spp. e Calluna vulgaris), o rododendro (Rhododendron ponticum) – considerado uma relíquia da floresta Laurissilva, ou as camarinhas (Corema album).
Normalmente, é um arbusto com uma altura média entre os dois e cinco metros, mas pode atingir porte arbóreo e crescer até aos oito a dez metros. O seu tronco é castanho-avermelhado, escamoso e a sua copa é arredondada, dominada por folhas verde-escuras, lustrosas e perenes (sempre verdes). Apesar de ter folhas perenes, a renovação da folhagem, com substituição das folhas mais velhas, que vão caindo, faz-se na primavera.
As flores surgem em cachos terminais, em forma de campânulas brancas, esverdeadas ou ligeiramente rosadas e aparecem geralmente no outono, coincidindo com a maturação e queda dos frutos do ano anterior. Isso torna possível ver na árvore, ao mesmo tempo, flores e frutos em diferentes estados de maturação.