Coleção Fitogeográfica
Distribuída pelo tabuleiro superior, nesta coleção estão presentes cerca de 800 espécies. em canteiros organizados por grandes regiões geográficas: Mediterrâneo, África, Américas do Norte e Central, América do Sul, Ásia, Europa Central e Atlântica, Macaronésia e Oceânia.
De destacar a Schotia afra, o único espécime vivo desta espécie africana existente num jardim botânico europeu. A sua copa de grandes dimensões encontra-se suportada por um caramanchão de ferro que fornece uma apetecível sombra, completa com bancos. Introduzida no jardim há mais de 200 anos, constava da listagem de espécies que Brotero fez em 1813. No final da primavera, os seus cachos de flores escarlates pendentes surpreendem os visitantes.
Coleção dendrológica
Cerca de 120 árvores dispersas, de 16 espécies diferentes, constituem esta coleção dendrológica (a dendrologia é o ramo da botânica que estuda as espécies de árvores e arbustos lenhosos). A que mais se destaca é o dragoeiro (Dracaena draco subsp. caboverdeana), eleito para figurar no logótipo do jardim. Este espécime foi aqui plantado por Domenico Vandelli, tendo vindo da Madeira já adulto, pelo que além de ser um dos poucos exemplares da coleção original do jardim, estima-se que tenha cerca de 400 anos e seja um dos mais antigos em Portugal.
A coleção inclui espécies muito variadas: o carvalho-cerquinho ou carvalho-português (Quercus faginea), o cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica) que é realmente um cipreste e originário do México e Guatemala e não uma espécie lusitânica, várias araucárias, incluindo a Araucaria bidwillii, a árvore das pinhas gigantes, espécies típicas da floresta laurissilva como o barbusano (Apollonias barbujana), o til (Ocotea foetens) ou o vinhático (Persea indica), um karri (Eucalyptus diversicolor) ou uma sumaúma (Ceiba speciosa) que enfeita os meses de outono com a suas flores cor-de-rosa e cujas fibras eram usadas para encher almofadas, colchões e bonecos.
Coleção de plantas aquáticas
O Lago Central, no tabuleiro superior, alberga 15 espécies de plantas aquáticas como o feto-arbóreo (Sphaeropteris cooperi), a orelha-de-mula (Alisma plantago-aquatica) ou o junco-agudo (Juncus acutus). No lago do tabuleiro inferior, na Fonte das 40 Bicas, encontram-se mais 7 espécies.
Estufa D. Luis, Estufa das Avencas e Estufa das Orquídeas
As três estufas guardam coleções de plantas de interior. Destaque para a Estufa D. Luís I, construída em 1874 a mandado do rei para acolher a sua coleção de orquídeas, que conservou o seu nome. Atualmente alberga a coleção de plantas xerófilas, adaptadas a viver em ambientes secos e que sobrevivem com quantidades reduzidas de água.
Jardim dos Aromas
Um horto de plantas aromáticas e medicinais, desenhado para invisuais, com cerca de 120 plantas dispostas em canteiros elevados e com legendas em Braille. Alecrim ou rosmaninho (Rosmarinus officinalis), salva-dos-jardins (Salvia coccinea) ou funcho (Foeniculum vulgare subsp. piperitum) são algumas das espécies aqui plantadas.
Jardim Olissiponense
Área conquistada à mata, o Jardim Olissiponense dedica-se, desde 1995, a albergar árvores e arbustos autóctones da região de Lisboa, segundo a Fitossociologia Paisagista (que indica as espécies vegetais respeitando os processos e gradientes ambientais, relacionados com o clima e solo), apesentando-se hoje como um jardim representativo da vegetação local.
O banco de sementes e a coleção botânica do Jardim Botânico da Ajuda agrega 1576 registos, incluindo plantas em estufa e ao ar livre, conservando até aos dias de hoje os objetivos que foi renovando nos mais de duzentos anos de história: contribuir para a educação sobre biodiversidade e para a conservação ex situ de espécies endémicas raras do continente europeu.
Saiba mais aqui sobre este Jardim.